JC Notícias – 28/04/2022
“A pandemia me fez refletir sobre como há estudantes que têm afinidade acadêmica e amam ler, assistir a palestras e passar horas estudando teorias, enquanto outros, como eu, preferem a prática e conexões com o mundo real”, escreve Vinícius de Andrade, fundador do programa Salvaguarda, para a coluna Vozes da Educação, do Deutsche Welle Brasil
Há pouco mais de dois anos, em meados de março de 2020, vivi o que seria apenas mais um dia comum na universidade: assisti a minhas aulas e fui embora. Mal sabia eu, mas levaria mais de dois anos para pisar novamente na USP e viver outro belo dia comum como esse. Meu retorno ocorreu há cerca de um mês, no dia 21 de março deste ano, e devo dizer que foi estranho. Foi uma mistura de dois sentimentos conflitantes e que causam mais confusão do que parece: a sensação de que os dois anos online nunca existiram e, ao mesmo tempo, a de que o modelo presencial nunca tinha sido vivido por mim.
Confesso que o dia do retorno foi especialmente difícil. Andando pela faculdade, eu não parava de me sentir culpado por não ter me formado durante a pandemia, pois deveria ter sido uma estratégia pessoal utilizar o ensino remoto para otimizar meu rendimento. Afinal, já não precisava mais gastar horas de transporte público com o deslocamento, estava em casa, e não havia razões para não estudar e ser um estudante mais exemplar do que nunca.
Na prática, não foi o que aconteceu. No meio do primeiro semestre de 2020, durante a transição de modelos de ensino, eu ainda não tinha notebook. Wifi eu tinha e poderia sim ter estudado pelo celular, mantido o rendimento e ter sido aprovado em todas as disciplinas, mas a verdade é que não tive a energia e, honestamente, não fiz muita questão.
Leia na íntegra: Deutsche Welle Brasil