JC Notícias – 24/07/2020
- “Hoje, se eu pudesse acreditar em Deus, diria que a pandemia é uma advertência aos ‘sapiens’”, escreve o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, em artigo para o El País
Nada em demasia, diziam os gregos, porque tudo tem limites e natureza também, mas nos esquecemos disso. Não se deve navegar sem leme, mas na globalização nos esquecemos disso. Ela foi conduzida apenas pela força do mercado e da tecnologia, e não havia consciência política nesse processo. O velho liberalismo mudou, tornou-se “liberismo” e abandonou seu humanismo. Hoje, se eu pudesse acreditar em Deus, diria que a pandemia é uma advertência aos sapiens.
A destruição de valor augura pobreza. Diante do perigo, as pessoas se refugiaram no Estado. Falam de nacionalizar, reindustrializar, de soberania sanitária e farmacêutica. Surgirão nacionalismos chauvinistas e salários em baixa. Os escalões baixos das classes médias em perigo questionarão os Governos e serão o grito das ruas. Os autoritarismos terão sua primavera, assim como a especulação, tentarão se apropriar de valores a preço de ruína. Haverá aqueles que pedirão solidariedade econômica e financeira com os pobres do mundo e algum gesto de bilionários. Uns e outros serão como cantar para a lua.
Leia na íntegra: El País