Preciosidade encontrada em um livro orientador de unidades de trabalho
Analisando o trabalho pedagógico em livros da década de 1960, encontrei em Ferreira (1969) uma expressão que aprendi em meu curso normal, realizado na Escola Normal de Brasília de 1960 a 1962: culminância. Não me lembrava mais deste termo.
A autora orienta a elaboração e desenvolvimento de unidades de trabalho, muito utilizadas nessa década. Os itens do plano de trabalho são os seguintes: conteúdo programático, objetivos (informativos e formativos), iniciação, desenvolvimento, matérias correlacionadas, culminância e avaliação.
No plano da unidade com o título de Primeiros tempos da nossa terra, para o 4º ano do ensino primário, a culminância é assim descrita:
“Ao terminar os trabalhos, professor e alunos planejarão cooperativamente a melhor maneira de apresentar as conclusões a que chegaram, e os materiais confeccionados.
Sugerimos as seguintes atividades.
- Exposição dos trabalhos realizados (relatórios, cartazes, murais etc.), que devem ser apresentados e comentados pelos próprios alunos.
- Hora social (dramatizações, poesias, contos etc.).
Para estas atividades, convites, através de cartas, bilhetes ou pessoalmente, deverão ser feitos pela classe; poderão ser convidados o diretor, professores, pais etc., conforme o planejamento.
A culminância não deve ser longa nem trabalhosa; é apenas a oportunidade que as crianças têm de sumariar, reunir e apresentar os resultados das atividades processadas, formar atitudes e desenvolver habilidades sociais” (p. 87).
A leitura da orientação acima transmite a intenção de organização do trabalho pedagógico que leva em conta o envolvimento dos estudantes com suas aprendizagens, a cooperação entre eles e com o professor, assim como o entusiasmo pelo que fazem. Indica não existir uma passagem brusca de uma atividade para outra.
Referência
FERREIRA, Idalina L. Unidades de trabalho na escola primária moderna. S. Paulo: IDAL, 1969.