JC Notícias – 21/03/2024
“Nós, com síndrome de Down, sabemos como são os olhares de estranhamento”, conta João Vitor de Paiva Bittencourt, influenciador digital, primeiro conselheiro jovem do Unicef Brasil e primeiro aluno do curso de educação física da PUC-Goiás com síndrome de Down, em artigo para a Folha de S. Paulo
Imagine sair para trabalhar, treinar, passear ou alguma outra coisa com as meias trocadas; uma preta e outra vermelha, por exemplo. Certamente vai atrair a atenção de quem cruzar com você. Será observado com olhares enviesados. Te acharão diferente e estranho. No mínimo, excêntrico. Quem sabe, maluco. Diferente… Mas não escapará da vista de ninguém. Possivelmente, ficará incomodado ao fim da experiência.
Ser diferente não é fácil. É assim que as pessoas com a síndrome de Down se sentem no dia a dia. Não raro são vistas como olhares de estranhamento. Se estão acompanhadas de um namorado ou namorada, companheiro ou companheira, aí piora o jeito como são observados. E se estiverem fazendo uma atividade produtiva, divertindo-se, estudando… Mas sempre atraem a curiosidade alheia.
Esta quinta-feira (21) é o Dia Internacional da Síndrome de Down. Durante todo o mês de março, centenas de eventos acontecem no Brasil e em todo o planeta para celebrar a data. É bacana, mas não é o suficiente.
O preconceito, a discriminação e o capacitismo ainda estão presentes, de forma forte, na sociedade. As pessoas com a trissomia 21, assim como outras deficiências, são tratadas, infelizmente, como seres incapazes e como “coitadinhas”. A maioria ainda é invisível para o grosso da população.
A verdade é que não somos incapazes nem coitadinhos. Somos pessoas com uma deficiência, mas temos sonhos, possuímos talentos, competências e valências. Temos nosso tempo, mas conseguimos aprender e nos desenvolver. Precisamos é de amor, acolhimento, empatia e oportunidades. Oportunidades, essa é a palavra-chave.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo