Benigna Villas Boas
Publicado em 19/10/2023
Publicação do JC Notícias, de 18/10/2023, sobre as 5 instituições de ensino superior que concentram 27% dos estudantes, dá destaque à modalidade a distância. Reportagem da Folha de São Paulo é inserida na publicação, afirmando que a modalidade a distância não é ruim. O problema é como foi implementada, “sem que fossem determinados critérios mais rígidos para garantir a qualidade. Como ofertar um ensino de qualidade com tão poucos professores? Como um docente consegue acompanhar o aprendizado de mais de 2000 alunos?”
Camilo Santana, ministro da educação, classificou como “alarmante e desafiador “ o avanço dos cursos a distância no país. Destacou especial preocupação com a predominância do ensino a distância nos cursos de licenciatura.
Dados do censo do ensino superior mostram que 64,4% dos concluintes dos cursos de licenciatura estudaram a distância.
Um estudo do Todos pela Educação analisou dados do Enade (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes) e verificou a queda de qualidade dos cursos a distância de formação de professores.
A reportagem do JC Notícias aponta uma informação preocupante. Cinco instituições particulares concentram 27% de todos os alunos do ensino superior no Brasil e é no ensino a distância que elas possuem mais matrícula. Juntas, atendem 2,3 milhões de estudantes nessa modalidade. Uma delas possui apenas 258 docentes para atuar junto a 669 mil estudantes, o que indica um número excessivo para cada um deles.
Assim atuando, o ensino a distância ameaça a qualidade não apenas dos cursos de nível superior, de modo geral, mas, principalmente os de licenciatura e, consequentemente, o trabalho pedagógico das escolas de educação básica, que requerem dos seus docentes a formação necessária para o cumprimento dos seus propósitos. Não se constrói ensino de qualidade sem séria formação inicial dos seus profissionais.