JC Notícias – 17/04/2023
Apenas 46% dos estudantes brasileiros mais pobres concluem a educação básica, numa ‘tragédia silenciosa’. Pesquisa reúne seleção de práticas pelo mundo para incentivar permanência nas salas de aula
Se no Brasil cerca de 90% dos jovens conseguissem concluir o ensino médio até os 24 anos, como no Chile, o país ganharia (ou pouparia) R$ 135 bilhões por ano. Esse é o custo anual calculado sobre os 40% dos brasileiros nessa faixa etária que ficam pelo caminho na educação básica — percentual acima também de países como México, Costa Rica e Colômbia. Os dados fazem parte do estudo “Combate à evasão no ensino médio — desafios e oportunidades”, elaborado pela Firjan Sesi, que reúne dados oficiais, como do IBGE e PNUD, e do economista Ricardo Paes de Barros para traçar um diagnóstico e também propor soluções. No Brasil, a evasão é vista como uma “tragédia silenciosa”, que aprofunda as desigualdades sociais: enquanto entre os alunos do quinto mais pobre apenas 46% terminam o ensino médio até os 24 anos, a taxa dos estudantes do quinto mais rico é de 90%.
As consequências são nefastas para os que não conseguem chegar ao final dessa etapa, e vão desde remunerações em média 25% menores a uma expectativa de vida de três anos a menos. O levantamento aponta ainda que, para além dos prejuízos individuais, todo o país paga um preço alto por essa situação.
— A cada dez jovens brasileiros, apenas seis concluem o ensino médio. O restante tem suas vidas indefinidas, sem uma base sólida de educação para exercer sua cidadania e ter uma análise crítica para fazer suas escolhas e conseguir se movimentar em meio a mudanças constantes no mundo do trabalho. A eles, falta uma qualificação adequada para uma colação melhor no mercado. São vidas comprometidas, que geram um custo econômico e social — afirma Andrea Marinho, consultora de educação Firjan Sesi e responsável pela pesquisa, acrescentando. — A cada ano, 500 mil jovens maiores de 16 abandonam a escola no Brasil. Isso é muito grave, uma tragédia silenciosa, porque perpetua as desigualdades.
Veja o texto na íntegra: O Globo
O Globo não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra. No entanto, é possível fazer um cadastro rápido que dá direito a um determinado número de acessos.