Benigna Villas Boas

Estudantes do ensino fundamental fazem avaliação diagnóstica

 

Estudantes do ensino fundamental fazem avaliação diagnóstica

Notícias da educação

 out 03, 2017  João Gabriel Amador  Últimas Notícias

 

Prova será usada para a elaboração de políticas de ensino e identificação de alunos que necessitam de atenção especial

 

Mais de 500 escolas da rede pública aplicaram, nesta terça-feira (3), a avaliação diagnóstica do Ensino Fundamental. A prova, realizada por estudantes de 5º, 7º e 9º ano, será usada para a elaboração do plano de ensino de 2018 pela Secretaria de Educação do Distrito Federal.

A avaliação é uma demanda da pasta para auxiliar na implementação do sistema de ciclos no ensino fundamental, como explica a coordenadora de Políticas Educacionais para Educação Infantil e Ensino Fundamental, Klésia Matias. “Até então, a única avaliação que tínhamos era a Prova Brasil. Mas os professores reclamaram da demora dos resultados. A avaliação diagnóstica possibilita um levantamento em tempo real do nível de aprendizado dos alunos em toda a rede. Desta forma, a pasta poderá estabelecer ações mais efetivas para áreas específicas.”, analisa.

A prova conta com 30 questões de língua portuguesa e matemática para os estudantes do 5º ano e 40 questões das mesmas disciplinas para os alunos de 7º e 9º ano. Os itens de cada teste apresentam níveis de dificuldades variados, com pesos diferenciados na hora da avaliação.

Após a realização da prova, os professores que aplicaram o teste devem inserir as respostas do aluno no Sistema Avaliação em Destaque, ambiente digital desenvolvido pela Subsecretaria de Modernização e Tecnologia (Sumtec) da própria Secretaria de Educação. Os dados irão gerar uma avaliação imediata de cada estudante, mas, em vez de uma nota numérica, o sistema indicará um nível de aprendizado, apresentando os pontos fortes e os que precisam ser melhorados.

Os dados gerais serão enviados para a pasta. As coordenações regionais de ensino terão acesso às informações de suas unidades, enquanto o colégio poderá acessar os dados apenas de seus alunos. E somente os professores de cada turma visualizarão os resultados discriminados por cada estudante.

Segundo a gerente de Avaliação de Aprendizagem, Cristhian Spindola, o método permite atenção individualizada a cada necessidade. “O professor poderá verificar qual a dificuldade de seus alunos e trabalhá-las em sala de aula com auxílio de material disponibilizado pela Secretaria. As regionais, por sua vez, poderão identificar as unidades mais necessitadas para possíveis remanejamentos. Enquanto a pasta, como um todo, verificará as necessidades para o plano de ensino”, enumera.

Ensino em ciclos

A demanda pela avaliação surgiu devido à implementação do sistema de ensino por ciclos na rede pública do Distrito Federal, aprovado pelo Conselho de Educação ainda em 2013.

Como o nome sugere, a organização escolar passa a ser por ciclos de aprendizagem, sendo que o primeiro ciclo é destinado a educação infantil, cheche e pré escola e o segundo ciclo aos estudantes do ensino fundamental anos iniciais, do 1º ao 5º, dividindo-se em dois blocos: primeiro bloco do 1º ao 3º ano e, o segundo bloco, 4º e 5º anos. Já o terceiro ciclo destina-se a estudantes do 6º ao 9º ano, dividido em dois blocos: o primeiro refere-se aos 6º e 7º anos e o segundo, aos 8º e 9º anos. Em cada ciclo, o aluno não regride nem reprova de ano, tendo o aprendizado e as competências adquiridas como foco de evolução para o ciclo seguinte.

Apesar da mudança entrar em vigor de forma geral no próximo ano, algumas unidades da rede já contam com o sistema implementado. Caso do Centro de Ensino Fundamental 802, no Recanto das Emas, que inseriu o ensino por ciclos há três anos.

Para o supervisor pedagógico da unidade, Raílson Vanes, a organização dá mais autonomia para os alunos em sua aprendizagem. “Como não há reprovação, cabe a ele perceber que o que conta é sua progressão, seu desenvolvimento. Assim, ele deixa de ser avaliado apenas por notas, mas por suas conquistas”, afirma.

A professora de matemática Aline Cristyna também ressalta aspectos positivos e aposta em uma mudança na consciência dos jovens. “Percebemos a importância em desenvolver o conhecimento. Com o sistema temos possibilidade de estabelecer projetos mais dinâmicos. Ainda há alguns alunos que não entendem muito bem a proposta e não se dedicam, mas a maioria já compreendeu que, apesar de não ter uma nota, precisam se esforçar para atingir as metas de aprendizagem”, relata a docente.

 

 

 

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