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As pesquisas de opinião e as escolas cívico-militares

JC Notícias – 29/07/2024

“Apoio da maioria não necessariamente significa que seja o modelo preferido”, escreve o colunista do jornal O Globo, Antônio Gois

A maioria (61%) dos eleitores de Lula é favorável à militarização de escolas. Na cidade de São Paulo, três em cada quatro evangélicos apoiam que a escola aborde educação sexual e 77% são contrários à ideia de que pais possam dar aulas a crianças em casa, sem matriculá-las numa escola. O apoio à militarização das escolas consta da pesquisa nacional “A Cara da Democracia”, feita pelo Instituto da Democracia e divulgada há dez dias em reportagem de Bernardo Mello no Globo. O levantamento com evangélicos paulistanos foi realizado pelo Datafolha, e divulgado também há dez dias na Folha de S. Paulo, em reportagem de Anna Virgínia Balloussier.

Como em qualquer pesquisa de opinião, é preciso alguma cautela na interpretação dos resultados, especialmente quando eleitores se posicionam a partir de perguntas sobre temas que não dominam em profundidade e que podem gerar dubiedade. O apoio majoritário à militarização de escolas não necessariamente significa que esse seja o modelo preferido dos respondentes, mas não deixa de ser significativo que eleitores lulistas demonstrem mais apoio do que se esperaria. No caso do Datafolha com evangélicos, além de ser restrito à cidade de São Paulo, o que cada um entende por educação sexual pode variar significativamente. Mas, de novo, não deixa de ser surpreendente que um segmento comumente associado ao Bolsonarismo e a pautas conservadoras sinalize que é necessário tratar do tema na escola, além de rejeitar o homeschooling, bandeira arduamente defendida por lideranças evangélicas bolsonaristas.

Veja o texto na íntegra: O Globo

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