Acolhimento pela escola a professores recém-formados
Frequento há 16 anos o Fit Stúdio, em Brasília, onde faço pilates, e tenho observado que todas as fisioterapeutas recém-formadas, que lá chegam para atuar, passam por um processo de formação em serviço: aulas de pilates com uma profissional que lá atua há mais tempo, conversando e recebendo orientações (há alunos de idades variadas e necessidades diversificadas) e começam a atender juntamente com uma delas, até se lançarem ao trabalho individual. Recentemente acompanhei uma fisioterapeuta jovem e recém-contratada. Fiquei a pensar: será que as escolas fazem o mesmo com os professores novatos e inexperientes? Não seria uma forma delicada de acolhê-los e de lhes transmitir segurança? Vários benefícios adviriam dessa prática: conhecimento do contexto da escola, da sala de aula e das famílias dos estudantes ali representadas; servir de aprendizagem aos estudantes para que se inspirem a assim agir em situações profissionais; transmitir a ideia de que a instituição preza os seus profissionais e o seu fazer junto aos estudantes e suas famílias etc. É uma oportunidade de demonstração de interesse pelo docente não somente “a título individual, no nível dos saberes e capacidades” (NÓVOA, 2008, p. 230), mas, também, de inclusão no espírito da colegialidade. Alerta o autor: “não se trata apenas de uma simples colaboração, mas da possibilidade de inscrever os princípios do coletivo e da colegialidade na cultura profissional dos docentes” (. 231).
Referência
NÓVOA, Antônio. Os problemas e o “novo” espaço público da educação. In TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O ofício de professor: histórias, perspectivas e desafios internacionais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.