JC Notícias – 15/03/2024
Eliminar termos capacitistas do vocabulário é o primeiro passo para acolher crianças e adolescentes com a saúde mental comprometida
Entre quase 50 milhões de brasileiros que convivem com transtornos mentais, segundo estimativa da Associação Brasileira de Psiquiatria, é cada vez mais comum crianças e adolescentes com a saúde mental comprometida, com diagnósticos de ansiedade, depressão, déficit de atenção e transtornos de humor, por exemplo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental, sendo 14% adolescentes. No Brasil, segundo o último censo do IBGE, de 2010, uma em cada quatro pessoas declarou ter alguma dificuldade física ou mental/intelectual. O Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) indicou que 36% dos jovens brasileiros desenvolveram quadros de ansiedade e depressão durante a pandemia da covid-19.
Para chegar a um diagnóstico, profissionais como psicólogos, neuropsicólogos e psiquiatras devem seguir protocolos rígidos ao analisar cada paciente. Por isso, a saúde mental das pessoas (assim como deficiências físicas e psicológicas) não deve ser motivo para piada, xingamento ou para estabelecer uma relação de inferioridade.
“Quando a gente usa termos relacionados a transtornos mentais com a intenção de desqualificar ou ferir alguém, reforça atitudes de um sistema extremamente capacitista que oprime pacientes atípicos e duvida do seu potencial, julgando-a inferior às demais crianças neurotípicas”, explica a neuropsicóloga Karina Medrado, especialista em Análise Comportamental Aplicada. “Para uma criança que tem um transtorno, isso afeta a autoestima e a autoconfiança. Ela pode acreditar que realmente é inferior e que não pode alcançar as mesmas capacidades e os mesmos sonhos que as outras crianças”, pontua Medrado.
Veja o texto na íntegra: Lunetas, 04/04/2023