JC Notícias, 14/07/2023
“Propor inovações para a escola sem ver as condições do trabalho docente é fechar os olhos para um obstáculo real”, escrevem Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, Gabriela Miranda Moriconi, pesquisadora na Fundação Carlos Chagas, e Antonio Bara Bresolin, diretor executivo do D3 e-Dados para um Debate Democrático na Educação, em artigo para o Valor
Imagine um professor brasileiro que dá aulas de História para estudantes dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, na rede pública. Ele leciona em várias turmas, com um grande volume de alunos, e ainda trabalha em duas ou mais escolas para cumprir sua jornada e garantir sua renda mensal. Nessa rotina, tem pouco tempo e disponibilidade para conhecer cada estudante, planejar as aulas, avaliar as tarefas, dar devolutivas, colaborar com seus colegas, entre outras responsabilidades que envolvem o trabalho docente.
Essa situação pode parecer apenas hipotética, mas representa a realidade de muitos profissionais da educação básica. No Brasil, enquanto algumas redes de ensino têm médias inferiores a 50 alunos por docente, outras chegam a ultrapassar 500. Mas, o que está por trás dessa sobrecarga de trabalho? O relatório “Volume de trabalho dos professores dos anos finais do ensino fundamental: Estudos de caso em redes estaduais e municipais brasileiras”, realizado pela FCC (Fundação Carlos Chagas), D³ e – Dados para um Debate Democrático na Educação e Itaú Social, mergulhou no funcionamento de algumas redes públicas para apontar entraves, mas também estratégias já utilizadas para reverter o problema.
Veja o texto na íntegra: Valor, 04/07/2023
O Valor Econômico não autoriza a reprodução do seu conteúdo na íntegra.