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Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições

 

Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições

 

No dia 05/12/2019 participei de uma mesa redonda do VIII Encontro Inter-Regional Norte, Nordeste e Centro Oeste – ENFORSUP – e III Encontro Internacional sobre a Formação Docente para a Educação Básica e Superior – INTERFOR, quando discorri sobre o tema Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições. O evento ocorreu na Faculdade de Educação da UnB. A mesa redonda teve como tema Políticas avaliativas na Educação Básica e Superior.

Analisei os impactos de políticas de avaliação no trabalho pedagógico da educação básica e dos cursos de licenciatura, partindo da militarização de escolas públicas, pelo seu potencial de impregnar de autoritarismo e exclusão o trabalho pedagógico, incluída a avaliação.

No DF, a militarização de escolas públicas teve início em 2019, tendo como objetivos combater a violência nas escolas, reduzir a evasão escolar e elevar o IDEB. Teci comentários sobre as implicações dessa política da SEEDF para os gestores escolares, os professores, as equipes administrativas da escola, a formação inicial e continuada dos professores, os pais/responsáveis e, particularmente, os estudantes.

Ressaltei que, assim que a política de militarização atingiu algumas escolas do DF, a SEEDF alterou o regimento, incluindo a retirada, na nota do estudante, no bimestre em curso, de pontos por comportamento inadequado e o acréscimo de pontos por elogio, ambas as ações de responsabilidade do professor. Cabe ressaltar que esta política nunca tinha sido adotada no sistema de ensino do DF. Nem a ditadura militar introduziu tal aberração.

Indaguei ao grupo que me ouvia: em meio a tudo isso, como fica a formação inicial de professores? No dia 07 de novembro de 2019, o Conselho Nacional de Educação aprovou o parecer 22/2019, que trata da avaliação de forma incompleta, aligeirada, tímida e obsoleta, desqualificando-a. A avaliação para as aprendizagens não é mencionada. Conclui-se que a aprendizagem da avaliação continua seriamente comprometida. Se os cursos de licenciatura já a vinham negligenciando, a partir de agora poderão até desprezá-la.

Enquanto as políticas de avaliação para a educação básica e os cursos de licenciatura empobrecem a avaliação, categoria estratégica do trabalho pedagógico, nas escolas ela segue seu ritmo tecnicista, enfatizando notas, provas, exames censitários, prêmios e punições.

 

 

 

 

 

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