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Encontro do GEPA no dia 1º de novembro de 2019 analisar a 3ª versão do Parecer do CNE para analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica

Encontro do GEPA

No dia 1º de novembro de 2019 as integrantes do GEPA se reuniram para analisar a 3ª versão do Parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019). Naquela data o documento ainda estava em situação de consulta. A resolução e o parecer, aprovados no dia 07/11/2019, ainda não foram divulgados.

Como a avaliação é uma categoria estratégica do trabalho pedagógico, detivemo-nos nas diretrizes sobre avaliação que, além de receberem atenção mínima do texto, não se coadunam com as fragilidades enfrentadas pela formação inicial de professores. Vejamos.

Uma das competências específicas do conhecimento profissional, dominar os conteúdos e saber como ensiná-los, assim inclui a avaliação: “Demonstrar conhecimento sobre diferentes formas de avaliar a aprendizagem dos estudantes de maneira diagnóstica, formativa e somativa, de modo que possa aferir resultados de aprendizagem”. A aferição de resultados é a atividade mais importante do processo avaliativo? Avalia-se simplesmente para isso? Com essa redação iniciam-se as referências à avaliação.

A primeira competência específica da prática profissional: “propor situações de aprendizagem desafiadoras …” perdeu a oportunidade de dizer: propor situações de aprendizagem e de avaliação desafiadoras… Isso porque aprendizagem e avaliação caminham juntas. Como o tema avaliação costuma ser silenciado nos cursos de formação de professores, não pode deixar de ser devidamente incluído nas diretrizes do parecer, de maneira estratégica.

Outra competência específica da prática profissional, avaliar a aprendizagem e o ensino, desdobra-se em:

“Dominar a organização de atividades que estejam adequadas aos níveis diversos de desenvolvimento dos estudantes” – não dá para entender o que pretende esta competência específica. O que significa a competência dominar? Como admitir que um documento do CNE de tal importância faça uso de tal linguagem?

“Aplicar instrumentos e estratégias de avaliação da aprendizagem de maneira justa e comparável considerando a heterogeneidade dos estudantes (contexto, características)”. Qual a diferença entre instrumentos e estratégias? O que significa “comparável”? O que significa de “maneira justa”? A competência como um todo apresenta uma redação pedagogicamente inadequada se considerarmos os avanços teóricos e práticos em avaliação.

“Elaborar devolutiva em tempo hábil e apropriada segundo os objetivos de aprendizagem”. Estará o texto se referindo a feedback? Estarão os autores receosos de usar termos em inglês? Já vencemos esse preconceito. Feedback é a denominação usada na literatura sobre avaliação, tendo significado mais amplo do que devolutiva. Os professores merecem aprender também por meio de documentos como o aqui analisado.

“Aplicar métodos de avaliação para observar o processo dos estudantes e saber usar os resultados para retroalimentar a aprendizagem e a prática pedagógica”. Processo de quê? Compreensão obsoleta da avaliação. Como esta competência e a anterior “aplicar instrumentos e estratégias de avaliação da aprendizagem” se entrecruzam?

“Fazer uso de sistemas de monitoramento, registro e acompanhamento das aprendizagens utilizando os recursos tecnológicos disponíveis”. O que são sistemas de monitoramento, de registro e de acompanhamento das aprendizagens?

O documento menciona a avaliação da aprendizagem e do ensino, mas aborda somente a avaliação da aprendizagem.

Falta ao parecer apresentar um conjunto organizado de diretrizes que remetam à concepção de avaliação e aos seus objetivos, funções, modalidades, níveis e sujeitos envolvidos. As que são mencionadas são reducionistas e tecnicistas, estando dispersas e desligadas do trabalho que os futuros docentes desenvolverão nas escolas de educação básica. Cabe destacar que apenas o nível da avaliação das aprendizagens é mencionado, ao passo que nas escolas desenvolvem-se seus outros dois níveis: institucional e em larga escala.

Estamos aguardando os documentos oficiais, esperando que as dificuldades apontadas tenham sido eliminadas.

 

 

No dia 1º de novembro de 2019 as integrantes do GEPA se reuniram para analisar a 3ª versão do Parecer do CNE que traça Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (atualizada em 18/09/2019). Naquela data o documento ainda estava em situação de consulta. A resolução e o parecer, aprovados no dia 07/11/2019, ainda não foram divulgados.

Como a avaliação é uma categoria estratégica do trabalho pedagógico, detivemo-nos nas diretrizes sobre avaliação que, além de receberem atenção mínima do texto, não se coadunam com as fragilidades enfrentadas pela formação inicial de professores. Vejamos.

Uma das competências específicas do conhecimento profissional, dominar os conteúdos e saber como ensiná-los, assim inclui a avaliação: “Demonstrar conhecimento sobre diferentes formas de avaliar a aprendizagem dos estudantes de maneira diagnóstica, formativa e somativa, de modo que possa aferir resultados de aprendizagem”. A aferição de resultados é a atividade mais importante do processo avaliativo? Avalia-se simplesmente para isso? Com essa redação iniciam-se as referências à avaliação.

A primeira competência específica da prática profissional: “propor situações de aprendizagem desafiadoras …” perdeu a oportunidade de dizer: propor situações de aprendizagem e de avaliação desafiadoras… Isso porque aprendizagem e avaliação caminham juntas. Como o tema avaliação costuma ser silenciado nos cursos de formação de professores, não pode deixar de ser devidamente incluído nas diretrizes do parecer, de maneira estratégica.

Outra competência específica da prática profissional, avaliar a aprendizagem e o ensino, desdobra-se em:

“Dominar a organização de atividades que estejam adequadas aos níveis diversos de desenvolvimento dos estudantes” – não dá para entender o que pretende esta competência específica. O que significa a competência dominar? Como admitir que um documento do CNE de tal importância faça uso de tal linguagem?

“Aplicar instrumentos e estratégias de avaliação da aprendizagem de maneira justa e comparável considerando a heterogeneidade dos estudantes (contexto, características)”. Qual a diferença entre instrumentos e estratégias? O que significa “comparável”? O que significa de “maneira justa”? A competência como um todo apresenta uma redação pedagogicamente inadequada se considerarmos os avanços teóricos e práticos em avaliação.

“Elaborar devolutiva em tempo hábil e apropriada segundo os objetivos de aprendizagem”. Estará o texto se referindo a feedback? Estarão os autores receosos de usar termos em inglês? Já vencemos esse preconceito. Feedback é a denominação usada na literatura sobre avaliação, tendo significado mais amplo do que devolutiva. Os professores merecem aprender também por meio de documentos como o aqui analisado.

“Aplicar métodos de avaliação para observar o processo dos estudantes e saber usar os resultados para retroalimentar a aprendizagem e a prática pedagógica”. Processo de quê? Compreensão obsoleta da avaliação. Como esta competência e a anterior “aplicar instrumentos e estratégias de avaliação da aprendizagem” se entrecruzam?

“Fazer uso de sistemas de monitoramento, registro e acompanhamento das aprendizagens utilizando os recursos tecnológicos disponíveis”. O que são sistemas de monitoramento, de registro e de acompanhamento das aprendizagens?

O documento menciona a avaliação da aprendizagem e do ensino, mas aborda somente a avaliação da aprendizagem.

Falta ao parecer apresentar um conjunto organizado de diretrizes que remetam à concepção de avaliação e aos seus objetivos, funções, modalidades, níveis e sujeitos envolvidos. As que são mencionadas são reducionistas e tecnicistas, estando dispersas e desligadas do trabalho que os futuros docentes desenvolverão nas escolas de educação básica. Cabe destacar que apenas o nível da avaliação das aprendizagens é mencionado, ao passo que nas escolas desenvolvem-se seus outros dois níveis: institucional e em larga escala.

Estamos aguardando os documentos oficiais, esperando que as dificuldades apontadas tenham sido eliminadas.

 

 

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