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dezembro 2019

De quem buscamos o exemplo?

 

De quem buscamos o exemplo?

Em um artigo para o The New York Times, publicado em 15/06/2019, intitulado Por que cada um não pode obter um A?, Alfie Kohn o inicia fazendo a seguinte provocação: suponha que no próximo ano todos os estudantes passarão no exame nacional. Qual seria a reação de políticos, de empresários e da mídia? Eles balançariam suas cabeças em admiração e diriam: estes professores devem ser muito bons!? Claro que não, diz o autor. Esse sucesso seria uma evidência de que os testes foram muito fáceis.

O inevitável entendimento é de que altos padrões de desempenho significam que nem todos os estudantes estarão em condições de alcançá-los. Se todos os alcançarem, as questões se tornarão mais difíceis, para garantir que alguns estudantes falhem. Esta é a lógica.Continue a ler »De quem buscamos o exemplo?

Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições

 

Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições

 

No dia 05/12/2019 participei de uma mesa redonda do VIII Encontro Inter-Regional Norte, Nordeste e Centro Oeste – ENFORSUP – e III Encontro Internacional sobre a Formação Docente para a Educação Básica e Superior – INTERFOR, quando discorri sobre o tema Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições. O evento ocorreu na Faculdade de Educação da UnB. A mesa redonda teve como tema Políticas avaliativas na Educação Básica e Superior.

Analisei os impactos de políticas de avaliação no trabalho pedagógico da educação básica e dos cursos de licenciatura, partindo da militarização de escolas públicas, pelo seu potencial de impregnar de autoritarismo e exclusão o trabalho pedagógico, incluída a avaliação.Continue a ler »Avaliação: mais do que provas, exames, prêmios e punições

Capes oferta 66 mil vagas para formação de professores

 

As intenções da CAPES seriam benéficas não fosse o objetivo das iniciativas citado pelo seu presidente substituto:

“Para Camilo Mussi, o investimento na formação de professores vai contribuir para a melhoria do desempenho dos estudantes no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), calculado Inep. O indicador é produzido com base nas informações de duas fontes, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), por meio de prova e questionário aplicados a cada dois anos, e o Censo Escolar, respondido anualmente por todas as escolas do País. “É muito importante quando temos o apoio da CAPES nessa formação”, argumentou. Dados do Inep mostram que 40% dos professores da educação básica não atuam na disciplina para a qual se formaram”.

 

JC Notícias – 13/12/2019

Capes oferta 66 mil vagas para formação de professores

Vagas previstas para março e maio são para estudantes de licenciatura e professores que já estão em sala de aula

formação de professores da educação básica vai ganhar um reforço de mais de R$ 325 milhões. Este é o montante que Capes está investindo ao abrir 66 mil vagas para formação de estudantes de licenciatura e de professores que lecionam na educação básica. Também haverá oferta de capacitação nos Estados Unidos e no Canadá. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 12, pelo presidente da Capes, Anderson Correia, o presidente substituto do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Camilo Mussi, e do diretor de Educação Básica e a Distância da Capes, Carlos Lenuzza.

Para o presidente da Capes, a expectativa é que essas ações contribuam para corrigir problemas históricos da educação brasileira. “Esperamos uma melhoria significativa nos resultados das avaliações para os próximos anos, pois o professor é o elo vital da formação das crianças e adolescentes no País. Um professor bem formado, motivado, capacitado, qualificado, certamente fará um impacto muito grande na vida dos estudantes brasileiros”.

Para realizar a capacitação, a Capes vai publicar cinco editais, de dezembro deste ano a março de 2020, envolvendo cinco programas: Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Residência Pedagógica, Formação de Professores (Parfor) e o programa de desenvolvimento profissional nos Estados Unidos e no Canadá.

Para os Programas Pibid e Residência Pedagógica, a Capes destinará 60 mil bolsas. O Pibid é voltado aos estudantes de licenciatura que estão na primeira metade do curso e o Residência Pedagógica, para os licenciandos da segunda metade. A publicação dos editais está prevista para janeiro de 2020, com um investimento total de R$ 305.887.500, somando bolsas e custeio.

No Parfor, serão abertas inicialmente 150 turmas em cursos de licenciatura. O programa irá atender a cerca de 6 mil professores da rede pública que não possuem formação em licenciatura na área em que atuam em sala de aula. O investimento é de R$ 19.250.000,00. Os interessados deverão se inscrever a partir de 18 de dezembro na Plataforma CAPES de Educação Básica, indicando o curso de interesse para formação. Para selecionar as instituições de ensino superior (IES) que ofertarão os cursos, será publicado um edital em março de 2020.

Anderson Correia destacou os esforços tanto do Ministério da Educação quanto do Congresso Nacional na recomposição do orçamento da Capes e o envolvimento das universidades no processo de formação dos professores. “São vários parceiros contribuindo para cumprir as metas de melhoria da educação básica do País”, ressaltou.

A Capes também lançará, em dezembro, dois editais de cooperação internacional para a formação de docentes da educação básica. O Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores de Língua Inglesa nos Estados Unidos (PDPI) oferecerá 486 vagas, enquanto o Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica no Canadá abrirá oferta de 102 vagas.

Para Camilo Mussi, o investimento na formação de professores vai contribuir para a melhoria do desempenho dos estudantes no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), calculado Inep. O indicador é produzido com base nas informações de duas fontes, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), por meio de prova e questionário aplicados a cada dois anos, e o Censo Escolar, respondido anualmente por todas as escolas do País. “É muito importante quando temos o apoio da CAPES nessa formação”, argumentou. Dados do Inep mostram que 40% dos professores da educação básica não atuam na disciplina para a qual se formaram.

Capes

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ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

 

ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

Benigna Maria de Freitas Villas Boas – Universidade de Brasília/Faculdade de Educação

Texto escrito em 2006

 

A organização da escolaridade em ciclos surgiu na década de 60, no Brasil. Elevados índices de reprovação e repetência, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, motivaram a sua implantação, em substituição ao regime seriado. Constituíram-se experiências pioneiras de adoção de ciclos a do Distrito Federal (Fases e Etapas, de 1963 até o final da década de 60), a de São Paulo (Organização por Níveis, de 1968 a 1972); a de Santa Catarina (Sistema de Avanços Progressivos, de 1970 a 1984); a do Rio de Janeiro (Bloco Único de Alfabetização, de 1979 a 1984). A implantação de ciclos no Brasil sempre esteve vinculada à necessidade de eliminar o fracasso escolar, estreitamente relacionado às práticas avaliativas. Não se pode responsabilizar inteiramente a avaliação por esse fracasso, mas, também, não se pode isentá-la. A avaliação é central no trabalho com ciclos: espera-se que a sua função tradicional de aprovar e reprovar e de atribuir notas seja substituída pela que promova a aprendizagem de alunos e professores e o desenvolvimento da escola. Com esta última função, a avaliação acompanha todo o processo e reorganiza o trabalho pedagógico. Mais uma vez a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal inicia a organização da escolaridade em ciclos. Dentre as medidas para incorporação das crianças de 6 anos de idade ao ensino fundamental, foi implantado em 2005 o Bloco Inicial de Alfabetização – BIA, em Ceilândia, em 52 escolas. O grupo de pesquisa Avaliação e Organização do Trabalho Pedagógico, cadastrado no CNPq, está conduzindo uma investigação sobre as práticas avaliativas adotadas pelo BIA. Este texto pretende: apresentar e discutir as orientações gerais para a implantação do BIA, no DF, principalmente as que se referem à avaliação; apresentar e analisar as informações já coletadas, destacando-se a construção do projeto interventivo pelas escolas; apontar os desafios postos para a avaliação.Continue a ler »ORGANIZANDO A ESCOLARIDADE EM CICLOS: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO

ELEIÇÃO DE DIRETORES: IMPLICAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

 

ELEIÇÃO DE DIRETORES:

IMPLICAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Enílvia R. Morato Soares

 

Veiga (1995, p.18) nos ensina que “a participação democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em vista sua socialização”. Socializar o poder no âmbito das escolas passa, portanto, por conceder a pais, estudantes, professores e demais profissionais a possibilidade de participar ativamente do trabalho que nesse espaço se desenvolve, incluindo a escolha dos principais responsáveis por sua organização e condução.

Dentre as diferentes formas utilizadas para o provimento do cargo de diretor escolar (eleição, nomeação e concurso), a eleição é a que melhor atende aos propósitos de democratizar relações no interior das escolas. Embora não garanta, por si só, práticas democráticas de gestão, a escolha do diretor constitui impulsionador da constituição de um ambiente participativo, contribuindo para o declínio de resoluções tomadas de forma autoritária. Busca-se, dessa forma, romper com a cultura da obediência passiva, que muito comumente se observa no interior das escolas, e estimula a construção de aprendizagens de submissão e aceitação acrítica do que está posto.Continue a ler »ELEIÇÃO DE DIRETORES: IMPLICAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

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