Mais aprendizagem e menos desigualdade
JC Notícias – 07/10/2019
Mais aprendizagem e menos desigualdade
“A meta a ser perseguida num país tão desigual quanto o Brasil é ver todas as crianças avançando sem prejuízos em sua aprendizagem, com redução das desigualdades, por meio de políticas que priorizem os que mais precisam”, afirma o colunista Antônio Góes, em artigo para O Globo
Entre 2007 e 2017, ao menos no primeiro ciclo do ensino fundamental, o país registrou um avanço significativo, ainda que insuficiente, na aprendizagem dos alunos. Só que esse movimento ocorreu puxado principalmente pelas crianças de maior nível socioeconômico, o que fez aumentar a distância desses para os filhos de pais mais pobres e menos escolarizados.
Essa constatação pode gerar um entendimento equivocado de que uma maneira aceitável de elevar nossos indicadores educacionais é principalmente dando mais oportunidades àqueles que estão em melhores condições de aproveitá-las, na esperança de que esses puxem a média de todos para cima, compensando o mau desempenho dos demais. Além do dilema ético de agravar disparidades num país já tão desigual, a estratégia é também pouco eficaz, como demonstra uma análise feita por Erica Castilho Rodrigues (Universidade Federal de Ouro Preto), José Francisco Soares (UFMG) e Mauricio Ernica (Unicamp).
Os pesquisadores fazem parte de um grupo que acaba de lançar um indicador educacional feito justamente para medir desigualdades de aprendizagem no país, o IDeA (www.portalidea.org.br). Ele foi calculado a partir dos resultados de alunos na Prova Brasil (exame oficial do MEC), e revelou que menos de 1% dos municípios brasileiros conseguem aliar alto desempenho em Português e Matemática com equidade de resultados no ensino fundamental.
Veja o texto na íntegra: O Globo
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